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De pai para filho

Foto do escritor: Anhembi DigitalAnhembi Digital

O movimento hip-hop como base dessa história


Por Leiticia Bandeira (AGCOM) e Gabriel Caetano


Os cabelos pretos e crespos, o tom da pele e os olhos castanhos escuros que parecem estar sempre alerta não são as únicas coisas que os assemelham. A influência do hip-hop, o gosto pela música, a corrente no pescoço, a inspiração e a luta também são as mesmas. Rapper e Trapper, pai e filho, Mano Kimba, 36 anos, e Damyen MC, 18 anos.


Mano Kimba, Dih Happy e Damyen MC | Foto: Gabriel Caetano


O momento histórico em que cada um nasceu influenciou fortemente na mensagem transmitida nas letras escritas pelos músicos. Pelos seus cálculos, Cledir da Silva, que atende pelo nome de Mano Kimba, já fez mais de 30 músicas, mas o que mudou a sua vida para sempre foi “Pra Lá de Bagdá”, canção cantada pelo seu primeiro grupo, a MVA, que mais tarde se tornaria KDR, formado por nove integrantes - amigos de longa data de Mano Kimba, que ele faz questão de nomear cada um apoiado de seus dedos. O rapper diz que essa canção foi um divisor de água para que ele continuasse na caminhada e, com emoção, lembra de forma saudosa de um tempo em que a música não precisava ser gravada, tão pouco filmada - e quem dirá lançada - para ser cantada por todos os lugares onde eles se apresentavam.


Se houvesse espaço para um top dois, o rapper acrescentaria a essa lista a música “Não Pare de Sonhar”, escrita em parceria com seu filho Damyen MC. Já o trapper, a canção que mais o emociona é “Inspiração" , de sua própria autoria. Durante a conversa, talvez não por acaso, a fala dos dois artistas se encontram em pontos familiares, mas não quando o assunto é dissertar sobre o cantor favorito. Enquanto Mano Kimba fala de rap raiz e, inevitavelmente, cita Racionais, para Damyen MC, sua referência na música é Raffa Moreira. E para o equilíbrio reinar nessa casa, tudo bem pai e filho odiarem o cantor predileto um do outro. É a risada que acompanha o local no momento em que ambos repulsam o favoritismo, que fica claro diante do clima amistoso entre os dois.


Sobre Damyen MC, podemos dizer que no auge dos seus 18 anos é desenrolado, sonhador e ambicioso. E ao contrário do que a palavra sugere, quando falamos sobre pessoas ambiciosas, nos referimos a pessoas que buscam superar desafios e têm grande motivação para conquistar seus sonhos. Escreve, interpreta, produz. E se cabe dizer: nunca tirou uma nota vermelha na escola. O garoto se porta como artista, fala como artista, pensa como artista, é artista! Nasceu no rap, diferente de seu pai, que se encontrou no gênero musical.


Mano Kimba, com o dobro da idade do seu filho, já experimentou o auge da vida nos palcos e traz consigo uma bagagem cheia de experiência. O homem, que relata cada momento da sua trajetória com detalhamento e bom humor, resistiu à prova do tempo. O tempo de Mano Kimba é diferente. Ouvi-lo é ter a certeza de que ele já viveu umas 13 vidas, mas a verdade é que seus filhos são a extensão de sua história. Esse pai sonha em dobro. Em triplo. Além de Damyen MC, também tem seu filho mais novo, Dylan. Não por acaso, o caçula também está caminhando para o mesmo rumo profissional.


Mas o seu maior sonho, de verdade, é ver todo mundo rico de saúde, o dinheiro é consequência, e prosperidade para todos. Seu maior sonho é que a favela vença, mas vença de verdade. “É aquela frase do Major RD: só aceito falar que a favela venceu quando geral estiver no mesmo patamar”, Damyen MC completa e compartilha da mesma visão do pai.


Assim como todo rapper, sabe a função social do movimento Hip-Hop e do Rap na sociedade. Segundo ele, conscientizar as comunidades periféricas para a luta contra os preconceitos e injustiças faz parte do poder do microfone. O “poder do microfone” é uma metáfora de Mano Kimba. Ele sabe o poder das suas palavras e escolheu usá-las com responsabilidade, a fim de impactar positivamente a vida das pessoas. E assim, como todo pai, quer deixar um mundo melhor para os seus filhos. O rap está no sangue e é essa a herança que deixa para a nova geração: o legado musical, a identidade e representatividade que o gênero musical carrega em sua essência.


Damyen MC e Mano Kimba | Fotos: Letícia Bandeira


Assista na íntegra à entrevista:



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