Produção sobre a jovem consorte, dirigida por Sofia Coppola e estrelada por Kirsten Dunst, apresenta um olhar inovador sobre o período monárquico francês
Por Vinicius Lima Vieira (AGCOM)
Filmes históricos têm um objetivo em comum: retratar períodos da história e nos mostrar como era organizada a vida em sociedade. Algumas obras de ficção se popularizaram bastante com isso, como filmes Orgulho e Preconceito (2005), dirigido por Joe Wright e disponível na Netflix, até novelas como Nos Tempos do Imperador, da Rede Globo. Essas retratações sempre existiram e podem servir para nos ensinar o que aconteceu de uma forma diferente, talvez mais divertida do que a metodologia dos livros.
Com isso em mente, foi em 2006 que Sofia Coppola lança seu terceiro filme: o divertido e eletrizante Maria Antonieta. Estrelado por Kirsten Dunst, com quem a diretora já havia trabalhado em As Virgens Suicidas, seu filme de estreia. Com As Virgens, Coppola conseguiu influenciar até a indústria da moda, com a fotografia.
O filme é exatamente sobre aquilo que seu título indica: uma biografia sobre a vida da última rainha da França, Maria Antonieta (nome completo: Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena). Interpretada com graça e frivolidade por Dunst - a vida da jovem consorte ganha uma nova perspectiva nas mãos da cineasta.
Os cenários e vestes das personagens fazem jus tanto à rainha quanto à diretora. Com roupas em tons pastéis, é possível notar na produção o quanto Maria Antonieta se distanciava e se diferenciava das demais mulheres da corte francesa, ao adotar um estilo muito diferente dos tradicionais vestidos lúgubres trajados por diversas figuras presentes em Versalhes.
Além disso, a norte-americana aborda a vida da jovem de uma maneira que foge ao tradicionalismo de típicos filmes históricos: a trilha sonora, sob curadoria de Brian Reitzell, é composta por bandas de rock como The Strokes e The Cure.
Tudo isso numa tentativa de tentar aproximar o público contemporâneo, sobretudo o mais jovem, à monarca. E Sofia consegue atingir esse objetivo com sucesso. Em uma determinada cena, inclusive, é possível observar um par de tênis Converse, tendência no streetwear, em meio a tantas peças características do período monárquico: nada mais do que uma artimanha de Roman Coppola, irmão da diretora, que trabalhou com a edição do filme e acreditou que sua irmã gostaria da peça – e ela gostou, tanto que deixou o corte.
Com um retrato talvez não tão fiel à vida da consorte, o interesse de Sofia Coppola parece ser outro: não apenas recriar, em tela, a vida de Maria Antonieta com alguma fidelidade, mas tentar mostrar que a ex-monarca não era o monstro criado durante a Revolução Francesa. Muitos historiadores concordariam com a diretora nisso, alegando que a visão acerca da última rainha da França é um pouco distorta e injusta.
No Brasil, o filme está disponível nos serviços Prime Video, Clarovideo e Lionsgate Plus.
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