Grife francesa inovou ao criar peça do zero durante desfile a partir de compostos líquidos reutilizáveis
Por Clara Andrade, Melissa Moizinho e Pedro Feliciano (Jornalismo Digital - 6 semestre)
Bella Hadid modela vestido em spray. Fotos reprodução/Instagram @coperni.
O Upcycling, termo designado para pautar a reutilização, foi a principal atração na última Semana de Moda de Paris. A marca francesa Coperni gerou debate sobre a sustentabilidade ao fechar o desfile com a produção de uma peça ao vivo. A grife criou um composto líquido sustentável que se transforma em tecido ao entrar em contato com o corpo.
Clique e entenda a técnica utilizada, explicada por Marcella Cavagna, estudante de Moda da Universidade Anhembi Morumbi (UAM). Ela destaca que os designers responsáveis pela obra, Sébastien Meyer e Arnaud Vaillant, aplicaram o líquido ao vivo e pintaram o corpo da modelo Bella Hadid, destaque nesta temporada e entrou no desfile utilizando apenas uma peça íntima. O composto, com fibras sintéticas, algodão e uma solução de polímero em sua composição, demorou seis meses para ser produzido e pode ser utilizado para originar novas peças posteriormente.
Na imprensa especializada, há a repercussão por trás da performance tecnológica e artística da Coperni que defende a inclusão da sustentabilidade no futuro da indústria. Mas, muitas vezes, a narrativa é outra. "Infelizmente, a pauta está principalmente ligada ao lucro das empresas, sem preocupação com o meio ambiente ou questões sociais, muito além dos tecidos e fibras ecológicas", lembra Marcella.
Alternativas acessíveis
A universitária também explica que empresas de Fast Fashion, lojas que produzem e vendem tendências de forma rápida e barata, não são opções viáveis para a sustentabilidade. As peças realmente são mais em conta, mas existe um custo por trás: a exploração de recursos. Como alternativa, Marcella defende que os brechós fazem parte da prática da reutilização, pois as peças garimpadas cumprem seu ciclo além da vida útil ditada pelo conceito.
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